quarta-feira, 27 de abril de 2011
NASOGÁSTRICA
E se arrancassem de você sua paixão?
Se obrigassem a abandoná-la,
Sem mala, roupas ou mantimentos,
Em uma estação de trem qualquer?
E se, além disso, envenenassem-lhe a mente
E lhe fizessem odiarem-na
Com um ódio atemporal
Que você nem sabia ser possível sentir?
Se lhe fizessem desprezar sua obsessão...
O que viria depois?
Depois que você não mais tivesse as emoções
Que a emoção visceral dela lhe dava?
O que viria no seguimento do abandono completo
De sua dedicação de tempo
E alma?
E depois que você se enquadrasse?
Depois que você ficasse de pé,
Sobre os dois pés.
Depois que você amasse até o orgasmo;
Beijasse no segundo encontro;
Odiasse em segredo;
Abafasse seus gritos no travesseiro de madrugada...
O que viria?
A normalidade?
A felicidade?
O equilíbrio? O meio termo?
Viriam os filhos correndo, o reconhecimento pelas pequenas conquistas?
Sim.
Mas as grandes,
As realmente grandes,
As apaixonantes e apaixonadas conquistas
Ficariam na estação de trem onde você abandonou
Espontaneamente
Toda sua exacerbação de caráter.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não se abra com seu amigo, que ele outro amigo tem. E o amigo do seu amigo, tem outro amigo também! - Mário Quintana (CUIDADO COM AS PALAVRAS)