(...) Desenfaixaram minhas mãos e pés —
O grande striptease.
Senhoras e senhores,

Eis minhas mãos
Meus joelhos.
Posso ser só pele e osso,

No entanto sou a mesma, idêntica mulher. (...)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

o best-seller "Vômito Sincero"

... porque se não tem comida envolvida, só sentimentos, é um vômito mais sincero.

PÉÉÉÉÉROLA
rsrsrs
Que não deixa de ser verdade.
Quem nunca teve compulsão que atire o primeiro cuppycake!
É terrível, comer até explodir e mais um pouco, e DEPOIS sentir fora do controle da situação e querer recuperar o que perdeu, e purgar. É doloroso, é nojento, e é motivado pelo fato de ter comido meio universo e mais um pouco.
Agora, se você está numa situação de extrema angústia. EXTREMA MESMO, quando você nem se corta porque sabe que não adianta, quando enfia a mão na água gelada, depois na água morna e não adianta, exceto pra sua mão inchar e ficar dormente umas horas, quando tentar "fingir que se corta" com uma caneta vermelha não funciona porque você quer é que aquela caneta passe do outro lado do seu braço; ou do seu pescoço. Mas sua motivação não é morrer e sim comunicar o que sente. Você se sente com a língua presa, o peito apertado, doendo, as mão atadas,  os olhos não choram porque é inútil, você se sente inexistente...
Quando acontece isso, você come uns bolinhos talvez quatro, e é o suficiente pra montar uma montanha de comida na sua cabeça, é o suficiente pra montar toda sua atrofia emocional por cima disso e você sabe o que fazer...
Você purga e sente a angústia indo embora.
Por um instante sabe que não precisa falar com ninguém. Que a comunicação entre seres humanos é tão imperfeita que você não precisa dela.

E depois...

Você sente-se mal, porque fez, porque sabe que não devia, que isso te deixa fisicamente mais próxima do mal inexorável que ronda todos nós.

E o ciclo recomeça.

Mas, pelo menos, o seu vômito é sincero, e você disse no próprio suco gástrico, tudo aquilo que não tem competência, coragem, estrutura emocional, pra dizer na vida real, às pessoas que lhe afetam.

O gosto amargo na boca é o gosto da vitória sobre a incapacidade de falar. Você disse, no banheiro, no saco de lixo, no canto escondido, tudo que queria dizer. Sente a vitória disso e a derrota da doença que consome sua mente apagando seu potencial e inteligência.

Mas você falou.

Vomitou as injustiças.

Vomitou as ofenças e estapeou a cara dos seus carrascos. Seu vômito foi sincero.

Consulta, injustiça e Aleatoriedades d'uma Sunday Morning

Começando pela injustiça: me expulsaram da Astral.
Pra quem não sabe, a Astral BR é a "Associação de Transtornos Alimentares", um grupo que auxilia portadores e familiares desses transtornos. Bom, não importa muito agora porque ME EXPULSARAM.
A causa: uma usuária gorda, bipolar e idiota que infelizmente está num posto mais alto que eu na hierarquia disse  que eu estava "adicionando as meninas no msn e as convencendo a não seguirem o tratamento". PPPFFFF
1- Eu tenho contatos de lá bem consistentes, são 3, uma eu exclui porque tinha me proposto uma dieta maluca.
2- PRA QUE eu iria adicionar alguém e foder a vida da pessoa? O que eu iria ganhar com isso?
3- Gordo só faz gordice mesmo HAHAHAHAH não resisti.

Enfim, agora não sou mais da Astral, e isso me deixou com muita raiva ontem, quando li o que disseram de mim, porque eu sempre tenho que ser a malvada? Tenho cara de bruxa da Branca de Neve? Se tiver, me avisem, ela era a mais linda do reino antes da gordinha rosada nascer, então, quer dizer que eu sou magra e linda :)
É FODA
Se acontece merda, boooota na conta da Jéssica, dá naaaada, ela é doida de pedra, ela é transtornada, ela é facilmente irritável, pode ter feito isso e se esquecido. PORRA eu me irrito sim, eu brigo sim (mas com classe) só que tenho uma ótima memória! ÓTIMA! E garanto 258% que não fiz nada disso!
Acontece que essa facada veio logo depois de outra, bem mais real, bem mais visceral, que só faz confirmar o fato de que eu não sou um lixo, ou uma pessoa horrível como adoram pintar, o fato é que não sou NADA. INEXISTENTE. Que beleza ¬¬

______

Minha consulta, ah, foi legal como sempre. Agora perdi o que ía falar desse tópico, devia ter deixado o assunto no topo.

______

Mais tarde eu volto.......

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mrs. Dalloway said she would buy the flowers herself.

(...) How fresh, how calm, stiller than this of course, the air was in the
early morning; like the flap of a wave; the kiss of a wave; chill and sharp
and yet (for a girl of eighteen as she then was) solemn, feeling as she did,
standing there at the open window, that something awful was about to
happen; looking at the flowers, at the trees with the smoke winding (...)

- Virginia Woolf -



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ser desobediente aos parâmetros da sociedade


Ele as formara no decorrer de muitos anos, pena por pena, músculo por músculo, articulação por articulação, nas longas horas do trabalho do sonho, até que elas foram assumindo cada vez mais sua forma. Ele fizera com que elas brotassem no lugar correto, em suas omoplatas (foi muito difícil para ele, distinguir em sonho as próprias costas de maneira exata) e, pouco a pouco, aprendera a movê-las convenientemente. Sua paciência passara por uma dura prova ao continuar com o exercício até que, após infinitas tentativas mal-sucedidas, ele esteve em condições de, pela primeira vez, erguer-se no ar durante um curto lapso de tempo. Graças à cega amizade e rigor com que seu pai o conduziu, ele ganhou então confiança em sua obra. Com o decorrer do tempo, ele acostumara-se tanto com suas asas que passou a vivenciá-las como parte de seu próprio corpo, de tal modo que chegava a sentir dor ou bem-estar nelas. Por fim, acabou por apagar da lembrança os anos que passara sem asas: era como se elas houvessem nascido com ele, como seus olhos ou mãos. Ele estava pronto.

Não era proibido de maneira alguma sair do labirinto. Pelo contrário: aquele que conseguia, era visto como um herói, como um redimido, e durante muito tempo as pessoas contavam sua saga. No entanto, isso só era permitido aos felizes. As leis às quais estavam sujeitos todos os habitantes do labirinto eram paradoxais, mas irrevogáveis. Uma das principais rezava que somente aquele que sair do labirinto poderá ser feliz, entretanto só poderá escapar dele quem for feliz.

Mas foram raras as pessoas felizes no decorrer dos milênios. Quem estivesse pronto para se arriscar à tentativa deveria, antes, se submeter a uma prova. Se a pessoa não passasse na prova, não seria punida, mas sim seu mestre. E a punição era dura e terrível. Naquele dia, o rosto de seu pai ficara bem sério ao lhe dizer:

– Esse tipo de asas só suporta aqueles que sejam leves. Mas só a felicidade deixa alguém leve. – Depois, contemplou o filho durante um longo tempo com um olhar interrogador e, finalmente, perguntou: – Você é feliz?

– Sim, pai, sou feliz – fora sua resposta.

Ah, se assim fosse, então não haveria perigo algum! Ele era tão feliz que achava que poderia flutuar mesmo sem asas: ele estava amando. Ele amava com todo o fervor de seu coração de jovem. Amava com abandono e sem qualquer sombra de dúvida. E sabia que seu amor seria correspondido igual e incondicionalmente. Sabia que a amada estava esperando por ele, que no fim do dia – após passar na prova –, iria encontrá-la em seu quarto azul-celeste, quando ela se aninharia em seus braços, leve como um raio de lua, e eles se ergueriam sobre a cidade nesse abraço infinito e deixariam seus muros para trás, como se fossem um brinquedo para o qual já estivessem crescidos demais. Voariam sobre outras cidades, sobre bosques e desertos, montanhas e mares, cada vez para mais longe, até as fronteiras do mundo.

Sobre o corpo nu, ele nada portava além de uma rede de pescador, a qual se arrastava como uma longa cauda pelas ruas e vielas, corredores e quartos. Era assim que ele queria o cerimonial nessa última e decisiva prova. Ele tinha certeza de que iria cumprir a tarefa que lhe fosse apresentada, apesar de não a conhecer. Ele sabia apenas que tal tarefa sempre correspondia por completo à particularidade do examinando. Assim, nenhuma prova se assemelhava à de outra pessoa. Podia-se dizer que a tarefa consistia em adivinhar, com base no verdadeiro autoconhecimento, no que consistia a própria tarefa. A única disposição rigorosa que ele deveria seguir rezava que, em nenhuma circunstância durante o curso da prova (portanto, até o pôr-do-sol), ele teria permissão para entrar no quarto azul-celeste da amada. Caso contrário, seria imediatamente desclassificado.

Ele sorriu em seu íntimo da severidade quase colérica com que seu venerado e bondoso pai lhe comunicara essa disposição. Ele não estava sentindo a mínima tentação de transgredi-la. Isso não representava nenhum perigo para ele; nesse ponto, estava despreocupado.

No fundo, ele jamais pudera compreender todas essas histórias, nas quais uma pessoa  sentia-se terrivelmente impelida a violar uma disposição desse tipo. Em sua marcha através das desconcertantes ruas e prédios da cidade-labirinto, várias vezes ele já havia passado por aquele edifício em forma de torre, em cujo andar superior, próximo do telhado, morava a amada, sendo que por duas vezes chegara diante da porta dela, na qual estava o número 401. E nessas ocasiões ele passara de lado, sem ao menos parar. Mas isso não podia ser a própria prova. Ela seria fácil demais, muito fácil.

Por toda parte, onde quer que ele chegasse, encontrava pessoas infelizes, que o contemplavam com olhos admirados, ansiosos ou também invejosos. Ele conhecia muitos deles de tempos atrás, embora esses encontros jamais pudessem ocorrer de maneira intencional. Na cidade-labirinto, a situação e disposição das casas e ruas transformavam-se ininterruptamente, o que tornava impossível marcar encontros. Todo e qualquer encontro ocorria por acaso ou por fatalidade – conforme a pessoa quisesse interpretá-lo.

Uma vez, o filho observou que a rede que se arrastava atrás dele havia sido segurada e ele se virou, Viu então sentado sob um arco de portão um mendigo entrelaçando uma de suas muletas na malha da rede.

– Que está fazendo? – perguntou ele.

– Tenha piedade! – respondeu o mendigo com voz rouca de emoção. – Não vai lhe incomodar nem um pouco, mas vai me facilitar em muito. Você é um feliz e escapará do labirinto. Mas eu ficarei aqui para sempre, pois nunca serei feliz. Por isso eu lhe peço, leve consigo pelo menos uma pequena parcela da minha infelicidade. Assim eu também poderei participar pelo menos um pouquinho da sua escapada. Isto me serviria de consolo.

As pessoas felizes raramente são impiedosas: pelo contrário, geralmente tendem à compaixão e querem que os outros participem de sua abastança.

– Está bem – disse o filho –, fico contente por poder fazer-lhe um favor com tão pouco.

Já na esquina seguinte ele encontrou uma aflita mãe vestida com farrapos e com três filhos semifamintos.

Certamente você não nos recusará – disse ela cheia de ódio – o que já concedeu para aquele lá.

E entrelaçou na rede uma pequena cruz de ferro, retirada de um túmulo.

A partir desse momento, a rede foi ficando cada vez mais e mais pesada. Havia um sem número de infelizes pela cidade-labirinto e todos aqueles que se encontravam com o filho entrelaçavam algo de seu na rede, um sapato ou uma jóia valiosa, um balde de lata ou um saco cheio de dinheiro, um pedaço de roupa ou um fogão de ferro, um rosário ou um animal morto, uma ferramenta ou, até mesmo, um batente de porta.

O dia já caminhava para a tardinha e, com isso, para o fim da prova. O filho avançava passo a passo, curvado para a frente, como se estivesse caminhando contra uma violenta tempestade imperceptível. Seu rosto estava coberto de suor, mas ainda assim cheio de esperança, pois agora ele achava ter compreendido em que consistia sua tarefa e, apesar de tudo, ele sentia-se forte o bastante para cumpri-la até o fim.

Caiu então o crepúsculo e, mesmo assim, não chegava ninguém para lhe dizer que bastava. Sem saber como, carregando aquele fardo infinito que arrastava atrás de si, ele chegou ao terraço daquela casa em forma de torre, em cujo quarto azul-celeste encontrava-se sua amada. Ele nunca havia notado que dali se via lá embaixo uma praia. Talvez ela não se encontrasse antes naquele lugar em que estava agora. Preocupado até o fundo de sua alma, o filho percebeu que o sol submergia por trás do horizonte enevoado.

Quatro seres alados como ele encontravam-se na praia e, apesar de não poder ver as pessoas que conversavam, ele ouviu claramente os quatro serem liberados. Ele gritou para baixo, perguntando se haviam esquecido dele, mas ninguém prestou atenção. Ele remexeu a rede com mãos trêmulas, mas não conseguiu livrar-se dela. Gritou, repetidas vezes, agora chamando seu pai, pedindo que viesse lhe ajudar e, enquanto gritava, curvou-se tanto quanto pôde sobre o peitoril.

Na última luz do dia que se apagava, ele viu sua amada lá embaixo, sendo levada para fora da porta, envolta em um véu negro. Nesse momento, apareceu um coche puxado por dois alazões, com um teto que era um único retrato grande, o rosto de seu pai cheio de tristeza e desespero. A amada entrou no coche e o veículo se afastou, até desaparecer na escuridão.
Nesse momento, o filho compreendeu que sua prova havia consistido em ser desobediente e que ele não havia realizado tal tarefa. Ele sentiu murcharem suas asas produzidas em sonho, caindo no chão qual folhas de outono, e percebeu que nunca mais iria voar e que nunca mais poder-ia ser feliz de novo e que, por mais que durasse sua vida, ele continuaria no labirinto pois, agora, era parte dele.
Vamos pensar sobre esse texto retirado do livro "O Espelho no Espelho" de Michael Ende (isso, o mesmo de História Sem Fim)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Não gosto de me sentir sem saída

Não, eu não gosto.
Ninguém gosta de sentir-se sem saída, mas no meu caso é porque sempre faço besteiras. Estou tentando trabalhar isso. Estou tentando ser feliz, custe o que custar, custe quantos kg custarem!
Eu acreditava que "todo mundo está sozinho, eu posso não ser sozinha mas todo mundo é todo mundo, então estou sozinha" e repetia que a pessoa que me impedia de ser feliz e realizada era eu.
Bom, é.
Basta me matar pra ser feliz.
Mas sendo contraditória, eu não poderei ser feliz porque estarei morta. Não existe solução para o problema. Não existe felicidade ou realização, ou estabilidade pra mim.
Eu não posso retornar ao útero, não posso deixar de "ser".
Posso apenas TENTAR apagar minha existência, aos poucos, nas pessoas cuja minha existência possa fazer algum sentido. Não são muitas, não será trabalhoso.
Não quero outra realidade. Não quero um mundo com unicórnios e borboletas verdes.
Quero ser destituída da minha certidão de nascimento, meu RG, meu CPF, carteira de trabalho e tudo que prove que algum dia eu pisei na Terra.

Quero ser esquecida num canto.
Muito, muito obrigada por pensarem em mim. Mas isso não basta. Quis amor, não consegui.Quero a doce inexistência esquizofrênica.
Não sobra muito de você quando se doa por completo num propósito puro e bom. E não sobra NADA quando esse propósito se vai com o vento, como areia no deserto...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

GATOS E CORES


As minhas relações interpessoais são perturbadas.
Mas quais relações interpessoais não são perturbadas? Eu mesma não conheço ninguém dito socialmente normal que tenha um padrão comum de relações. Uma hora ou outra eles “surtam”, sempre.
No entanto, eu não quero fazer um estudo antropológico das relações das pessoas. É como um gato ainda filhote: são lindos, mas podem arranhar e deixar grandes machucados. E dão trabalho. Não que seja ruim, mas é assim.
Alguns já me disseram que eu escrevo bem. Eu lhes perguntei “como?” e aí travaram, não souberam escrever, nem descrever a idéia de bom que tinha em suas mentes. Tudo bem, eu acredito mesmo assim. Meu ego permite.

“Faça, fuce, force, vá:
Derrube essa porta.”

Raul Seixas tem sempre sacadas ótimas, tomo essa agora como minha meta de vida!
Certo, você pode não entender, mas eu tenho mesmo, nesse instante, uma porta a ser derrubada. A porta das minhas limitações ridículas e tão loucas. Difícil derrubar uma porta, pelo menos pra mim, porém, se for forte o bastante, basta um golpe. Às vezes dois.

Daqui posso ver árvores, casas, chaminés. Isso, olhando longe, longe da minha mesa onde estão meus problemas, minha foto com o autor famoso (que eu nunca serei). Aqui na minha mesa posso ver minha calculadora, com a qual calculo meu IMC todos os dias. Daqui vejo meus espelhos, dos quais sou escrava, admito. Posso ver meus livros, onde me escondo; meu gato de cerâmica que me lembra as internações...
Posso ver, desta cadeira, todo meu problema, ou todas as minhas dificuldades. Então prefiro olhar e escrever sobre as árvores, que estão longe daqui e longe de ter qualquer coisa a ser resolvida.
Sinto-me diante de uma prova de Cálculo, e não quero olhar as questões, não sei resolvê-las, quero olhar as pessoas passando pelo corredor, ou a mochila desalinhada do meu colega mais adiante.
É muito, infinitamente mais fácil assim. Tirar o foco, mudar o foco.

Minha gata adoraria aquelas árvores tão verdes nessa época do ano, dependendo do peso dela, eu adoraria mantê-la sempre saudável, claro.
Vocês sabem se gatos enxergam cores?


Hoje a chuva tem cheiro de sabão em pó.

Ne fonctionne pas

Eu estou no próprio caminho da minha felicidade, sei disso. Soube disso melhor hoje.
Quando o que me aliviava e fazia minhas palavras irem embora sem precisarem ser ditas não mais cumpriu seu papel.

E agora José?

Agora escrever não adianta, falar eu não consigo, e, bom, o resto é resto...

Não queria me lamentar NOVAMENTE aqui, mas a verdade é que o mundo real bate de frente com o meu, às vezes, e isso é engraçado. Me faz pensar em quanto tempo perdido eu tenho guardado no armário. E no porquê de ainda guardar um tempo que não posso aproveitar.
Tenho várias dúvidas, e não existe uma única resposta pra todas.



Eu gosto muito do vapor que sai da xícara de café, logo cedo, mesmo depois de já ter tomado todo o café.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ansiedade não; PACIÊNCIA SIM ;)

Shed a tear 'cause I'm missing you
I'm still alright to smile
Girl, I think about you every day now
Was a time when I wasn't sure
But you set my mind at easy
There is no doubt you're in my heart now

Said, woman, take it slow
And it'll work itself out fine
All we need is just a little patience
Said, sugar, make it slow
And we'll come together fine
All we need is just a little patience (Patience)

I sit here on the stairs
'Cause I'd rather be alone
If I can't have you right now I'll wait, dear
Sometimes I get so tense
But I can't speed up the time
But you know, love, there's one more thing to consider (...)
( Patience - Guns'n'Roses )








É de Laranja

Acabo de fazer um bolo de laranja. Técnicamente, ontem, 11/fev, foi aniversário da minha cunhada. Eu não esperava que cantássemos parabéns e soprássemos velas, não somos esse tipo de família unida e feliz, mas pelo menos podíamos fingir por um segundo não acham?
Não. Nem fingir.
O dia hoje foi especialmente marcado pela minha mãe, afiada no propósito de me fazer sentir uma pessoa mais horrível do que de costume. Ela é boa nisso. Conseguiu.
Conversei com alguns amigos, amigos da internet, sobre vários assuntos... rimos, quase choramos... é sempre bom falar com eles. Gosto muito.
Mas não é o suficiente para afastar a morte dos meus pensamentos.
Eu não devia pensar nisso agora, eu devia ser alguém feliz, centrada, equilibrada, ESTÁVEL, mas não sou.
Desta forma, nunca vou conseguir o que pretendo.

A única pessoa no meu caminho sou eu, certo. Mas porque parece que são as outras pessoas que me atrapalham?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

1000 e 1 coisas para se fazer antes de morrer

Não que eu pretenda viver muito... Mas em todo caso, vamos lá! Tenho algumas coisas pra fazer antes de morrer:

1- Pular de asa-delta
2- Descer uma escada rolante sentada, num shopping lotado
3- Ir num filme da saga 'Crepúsculo' com a camiseta escrito "Drácula is Sparta"
4- Virar a noite caminhando pela cidade
5- Terminar uma borracha
6- Terminar um lápis
7- Conhecer Paris
8- Morar na Irlanda
9- Visitar o túmulo de Jim Morrison
10- Pegar o microfone de anunciar promoções numa loja e arrotar
11- Beijar alguém e sair correndo
12- Assistir "What Dreams May Come" com alguém especial
13- Terminar de escrever meu livro
14- Publicar meus poemas
15- Trabalhar com Fonética Forense
16- Visitar o Caribe
17- Tomar café da manhã as 15h num hotel com vista para um bosque
18- Caminhar sem rumo na chuva
19- Mascar um pacote de cravos da índia e depois tomar Red Bull
20- Presenciar uma implosão ouvindo 1812 Overture - Tchaikowski

Por hora é só, vou postando mais coisas de acordo com a criatividade ^^
Até mais pessoas _o/

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

47 seria ideal...

Mas eu não peso 47kg.

E esse "47 seria ideal" vai ecoar em mim até chegar lá...
E eu sei que muitas lágrimas vão rolar até lá...
E muitos cortes serão abertos...
E muita dor será sentida.

Por que fazem isso comigo?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Post Rápido e "NÃO ESTOU DOENTE"

Bom, uma pessoa maravilhosa na minha vida parece custar a entender que as grandes atribulações que passo devem-se à doenças. Não à adenomas hipofisários, ou cânceres de pele, mas DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS.
Hoje, ao pedir ajuda em um setor que não diz respeito a isso, a pessoa em questão me respondeu: "você não precisa de um emprego pra ter mais médicos e mais remédios (...) ".
Sabem como me senti? Homicida.
Sim, homicida. Agora que estou buscando fazer um tratamento "certo" com psicólogo/nutricionista/etc ela me diz isso? Eu não quero me encher de remédios, claro, quando quero morrer sim, mas não era o caso hoje. Custava me ajudar OU NÃO omitindo essa opinião patética?
E o engraçado da história é que esta mesma pessoa já passou por tratamento psiquiátrico no passado. Já tentou suicídio DUAS VEZES, já tomou os remédios que ela condena e todo o resto.
E agora, é meio assim: "estou bem, então o problema de todo resto do mundo é frescura.".

¬¬'

Faaaaaala sério.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eu não gosto disso, não...

Eu detesto gostar de alguém.

Meu amigo, Alexandre, discorda, ele acha o máximo. É CLARO que ele é doido varrido. Gostar de alguém, amar, se apaixonar, implica um monte de coisas erradas, ruins, um milhão de torturas que temos de aceitar calados e fingir que gostamos!
Que espécie de sentimento é esse?
Ele diz que eu tenho medo e por isso afasto as pessoas (dando uma de analista agora o porra-louca) AFASTO MESMO, não gosto de gente, não me dou bem, nunca me dei bem. gente, pessoas, não me fazem bem.
E por que fariam?
São cheias de defeitos, na maioria iguais aos meus... Pior ainda! Quem é que suporta seus próprios defeitos? Ninguém que eu conheça...

E as histórias de amor então?
Nuuuunca dão certo.
As minhas nunca deram certo. Nunca darão certo. Basta observar o Pequeno Príncipe. Ele vai voltar, mas trará um carneiro que provavelmente acabará com tudo. Acabará com nossa relação. Eu nunca mais o verei.
É triste, mas é verdade.

POEMA DE HOJE:



PERCEPÇÕES

Perdendo algo que não sei o que é
É, eu estou
Talvez tempo?
Não, seria óbvio
Todos perdem tempo, uma hora a mais, uma a menos...
Isso é inerente a condição de ser vivo, eu acho
Eu acredito mesmo é que
Eu não sei.

Todos têm de aprender, uma hora,
Que o céu não é azul se você voar alto o suficiente
Que o mar não é tão encantador se você souber o quão suja é a água
E que vinhos de morango, parques noturnos,
Livros e cerejas não garantem a sua felicidade
“Até que a morte os separe”
Se for até o fundo...

Porque se for fundo o bastante você descobre
O quê? Eu não sei, é algo único
Mas descobrindo, nada volta, e tudo perde o gosto.

Aí, meu caro
Sua boca se enche de areia sabor açúcar mascavo
E dizer que alguém é “doce” passa a ser uma ofensa.

Você é tão doce querida... Doce como o suco gástrico
Que me passa pela boca quando vomito de tanto beber vinho barato.
Doce, como cogumelos alucinógenos que nascem na merda dos bovinos.
Doce, como... Como o mel mais doce do planeta!
E isso me enoja. Sinto muito, não quero mais vê-la.

Histórias são assim.
Nenhuma tem final feliz.
Se está “feliz”, é porque não teve fim.

Quando não estás aqui...

...Sinto falta de mim mesmo.

Claro que a maioria das pessoas já viu "Corpse Bride" do Tim Burton, certo?
Pois bem, me sinto a própria Corpse Jéssica. Morta, abandonada, e pior: sem ninguém no final.
Não é que minha mãe estava certa? Preciso mesmo de um namorado pra acabar com isso. Acabar não, seria arrogância demais, mas pelo menos amenizar.
O problema é que ele está "vivo" e eu "morta".
Beleza né?
Cara este blog está virando o MURO DAS LAMENTAÇÕES, que lixo...

...

Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?

Gostaria de saber por onde ele anda essas horas. Se sente frio, se sente minha falta. Se pensa em mim...
Gostaria de dizer que SE VOCÊ QUISER ALGUÉM PRA SER SÓ SEU É SÓ NÃO SE ESQUECER: ESTAREI AQUI. Mas se fizesse isso eu o perderia, muito provável que jamais teria notícias dele.
Bicho difícil não acha?
Eu também acho.
Ele se chama Pequeno Príncipe. Não tem cabelos dourados, mas são castanhos e claros. Tem olhos claros, mas não azuis, e os traços definitivamente não são perfeitos porque não conheço muitas pessoas que chamem "aquilo" de perfeição. Nem eu chamo, mas, fazer o quê? Eu sou só uma Rosa. Ele me cativou, sumiu, mas sabe que é responsável por mim. Eternamente. E sempre volta. Ele sempre volta... 

Ele também cativou a raposa, e no entanto a deixou.
Comigo é diferente.
Eu preciso acreditar que é diferente.
Sou apenas uma rosa de quatro espinhos.

Uma hora depois, SEGUNDO DIA

AUTODESTRUTIVA

Esta foi a palavra que eu ouvi muitas e muitas vezes antes do meu psiquiatra viajar.
Para aqueles que não me conhecem, SIM, eu tenho um psiquiatra, mas não no sentido de posse, claro, ele não anda com uma coleira por aí, ah! ora bolas, vocês entenderam.
O que seria isso?
Eu não sou autodestrutiva.
Numa busca bem "furréba" pela internet eu encontrei isto: "uma pessoa autodestrutiva é aquela que, por algum comportamento ou hábito, quer seja físico ou emocional, provoca danos em si mesma." no mínimo interessante não é? Pois EU NÃO SOU ISSO AÍ NÃO, pelo menos não acredito que seja.
Quais comportamentos, ou melhor, quais danos estou provocando em mim? NENHUM. Não estou morrendo. Cicatrizes todos têm.E não estou correndo riscos tão, hãm, tão iminentes assim.
Só preciso perder peso: that's the point!


...


Acho que posso só estar tendo uma crise de carência (?) e que "tudo passa, tudo passará" mas enquanto estiver assim, meus pensamentos são voltados, e me desculpem aquelas pessoas que não gostarem disso, mas o blog é MEU E EU FALO O QUE QUISER, bom, só penso em comer o mínimo, se comer, vomitar/laxantes e por último mas não menos importante, suicídio.
É, pois é, suicídio.
Vi um filme ótimo hoje! SPOILER ADIANTE Cisne Negro, e a garota se mata no final, mas meio sem querer, é algo poético... mesmo assim... pra mim, o suicídio sempre foi algo poético.


Minha tristeza é sempre exata.


Hoje eu poderia morrer feliz.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Primeiro dia, novamente


Léxico Absurdo voltou.
É, pois é.
Mas não mais como um blog exclusivamente de poemas e literatura, e sim como o MEU blog. Sim, MEU em caixa alta, porque pretendo escrever o que me der na telha aqui.
Hoje, por exemplo, quero falar de alguém que eu julgo especial, mas que, óbvio como qualquer coisa na minha vida, não acha o mesmo de mim.
Olha que clichê! Eu! Falando de amor impossível!
Pior que isso só 'entrar pra dentro' 'sair pra fora' e coisas assim...
No começo eu imaginei que estava sendo, bom, sendo tratada de forma diferente... ABAFANDO como diriam... Mas não estava. Pobre alma decrépita. hahahaha
Então foi isso. Hoje eu sei que é só mais um caso normal de amor platônico, normal.
Terrível, mas ainda assim normal.

Poema de hoje:


VERBORRAGIA

Eu espero.
Eu espero que você saiba o que faz
Que ouça o que diz
E entenda o que causa.
Entenda a causa.

Eu esperei.
Eu esperei que você desse valor às promessas
Que cumprisse o dever
E cuidasse da sua parte.
Conheça sua parte.

Eu esperaria.
Eu esperaria que mudassem as circunstâncias
Que não me dessem o papel de coadjuvante
E não nos esquecêssemos das falas.
Não as esqueça.

E no gerúndio,
Como essa moda pega ein?
Eu “estarei esperando” que me reconheça
Que me traga uma cesta de margaridas
E dê atenção aos cães.
É...
Tenha cães.