(...) Desenfaixaram minhas mãos e pés —
O grande striptease.
Senhoras e senhores,

Eis minhas mãos
Meus joelhos.
Posso ser só pele e osso,

No entanto sou a mesma, idêntica mulher. (...)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

LE PETIT PRINCE


Ele está de volta.
Novamente assombrando meus pensamentos, esse moleque levado.
Novamente tirando meu sono.
De novo me pedindo paciência, e dizendo "as coisas se acertam", em meio ao caos.

O que eu faço com esse "piá" de cabelo castanho? Eu tento desviar, mas não dá. Esses olhinhos claros são certeiros, grandes bolinhas de gude, brilhantes.
Quando o Pequeno Príncipe fala, todo o resto se cala. Até minha vontade de inexistir fica silenciosa. Eu o respeito, e no entanto ele é tão pequeno, uma criança, um garoto esperto, sorridente, calmo, transparente e linear.


Eu sou uma rosa tão frágil. Preciso dele.
Mesmo que ele não saiba o quanto eu preciso.
Mesmo que ele ignore minhas fraquezas.
Ainda que ele viaje e conheça uma raposa, e a cative também.
Eu sei que ele vai voltar pra cá porque o lugar dele é aqui, embora ele não entenda bem o porquê.


Um dia ele há de compreender que precisa ficar aqui, não porque o lugar seja agradável, ou porque o solo seja fértil, ou a água potável, e sim porque ele precisa ficar comigo.
E que longe da única rosa de todo o seu mundo, nada mais fará sentido.
E quando ele entender essas coisas, eu não precisarei mais de quatro espinhos para me defender, porque nenhum mal vai me perturbar, pois vou estar repleta do sentimento maravilhoso do Pequeno Príncipe.

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Não se abra com seu amigo, que ele outro amigo tem. E o amigo do seu amigo, tem outro amigo também! - Mário Quintana (CUIDADO COM AS PALAVRAS)